sábado, 3 de setembro de 2016

Era já noite, ou então dia....


Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi as tuas narrativas, em silêncio,
Não sei estar sem palavras nem ideias,
Nem sem as tuas mãos ásperas em mim
Ou sem os teus olhos no verde dos meus.
Finalmente perdemos toda a intimidade,
E mais do que da paixão, sinto saudades…

 Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi os teus passos pequenos na viela,
Não quero sonhar com os teus abraços,
Nem com bichos depenados, desalmados,
Ou sentir a comichão na cabeça a arder.
Finalmente já não somos o que fomos,
E agora as horas passam a esvoaçar…

 Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi a fatalidade das tuas mágoas banais,
Não posso parar para te limpar as lágrimas,
Nem o meu corpo deseja ficar, só partir,
Ou então esquecer tudo e fundir-me em ti.
Finalmente sei que nos desencontramos
E que esta tristeza não vai sair de mim…

Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi o teu trator a atravessar a aldeia,
Não gosto do barulho nem da poeira,
Nem da velocidade a que te destróis
Ou deste jogo da vida sem sentido.
Finalmente sinto a loucura nos lábios,
E já não abafo amores na solidão…

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