sábado, 24 de setembro de 2016

Criança tem que ser criança!...


Atualmente o tema beleza, mais especificamente maquiagem, está nas mídias sociais, novelas, propagandas, cinema, outdoors, em casa, na escola. É um assunto que quase toda a população feminina gosta. Ser bonita, estar maquiada não é mais desejo somente dessas mulheres, mas de crianças também. Por influência familiar, de amigos e do que ela vê e absorve do seu cotidiano.

Desde tempos imemoráveis, o brincar de se maquiar para ficar bonita como a mãe, a irmã, a tia ou alguém que admira faz parte da vida de uma grande parcela de crianças, pertence ao universo infantil tentar se espelhar no adulto, ou seja, a figura mais próxima. Quando ela vê a pessoa se maquiando, passando corretivo, delineador, sombra, blush, batom, lápis no olho e percebe que com isso ela fica “mais bonita”, passa a se espelhar nela e querer utilizar as mesmas coisas para ficar tão bonita quanto, passa a copiá-la.

 É nessa fase que os pais/responsáveis devem ter cuidado. Muitos deles vestem suas meninas quase como adultos, acrescentando um batom, uma sombra, um blush. Isso acaba habituando a criança a sempre querer sair maquiada, quer seja para ir à escola, para um passeio com seu grupo de amigos, ao visitar a avó, etc. Ela passa a achar que ser bonita é sinônimo de estar maquiada, isto é, presumindo que essa é a única forma de ser linda.

Desse modo, a garota transforma-se em um estereótipo de adulto em miniatura, ela começa a perder sua infância, viver um tempo que não a pertence e podendo desenvolver quando mais velha problemas. Um exemplo desse “adultamento” é a modelo infantil Eden Wood, com 10 anos é conhecida pelas fotos que aparece maquiada, com penteados e roupas, algumas vezes, destoantes da idade dela. No Brasil temos o caso da funkeira mirim MC Melody, com 8 anos já tem postura de gente grande, tanto no modo de se vestir, de se comportar e de se maquiar.  O que acaba sendo exemplos, bom ou não, para as demais meninas que, por conseguinte tentam também se espelhar nessas cantoras e modelos mirins e passam a se interessar por esse mundo onde estas crianças foram inseridas, no mundo adulto.

















Da mesma forma, a criança é incentivada pelos veículos de informação, como a TV, no qual vemos propagandas de maquiagem destinada ao auditório infantil. Cujo bonito é estar maquiada, é ter cabelo liso, é estar com tal tipo de vestimenta, tal tipo de sapato, é ser melhor. Há uma espécie de apelação velada, os produtos geralmente têm ligação com algum personagem querido do público infantil, nas propagandas frequentemente aparecem duas amiguinhas ou um grupo delas usando o tal produto central (ex. sandália da Barbie) e junto com ele vem uma sombra com um brilho labial para ficar ainda mais bonita; depois mostra rapidamente a linha completa dos produtos e onde adquiri-los e são passadas várias e várias vezes ao longo do programa ou canais voltados para essa platéia. E o efeito disso é imediato. A criança é facilmente influenciável, pois ela ainda não é capaz de avaliar criticamente os apelos publicitários. Então, tudo que ela vê e ouve acredita, acha que se ela tiver posse de tais produtos vai acontecer exatamente aquilo que o anúncio promete.

Por isso tudo, é interessante os responsáveis orientarem suas filhas tanto para os ímpetos consumistas, questioná-las se realmente é necessário, o porquê delas quererem aquele produto e quanto ao uso desses produtos, quando usá-los, que não precisa ser todos os dias, demonstrar que cada coisa tem o seu tempo. Mas se era isso mesmo que elas queriam então que usassem produtos que sejam destinados ao público infantil, como artigos de maquiagem aprovados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De qualquer forma, o legal é viver a infância sem se preocupar muito com beleza, criança tem que ser criança, ela é linda do jeitinho que é.

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