domingo, 28 de agosto de 2016

Eu, Você e três cartas...



E o sol se punha mais uma vez. E mais uma vez, estava sozinha.
Não há como evitar minhas lembranças. Posso evitar todas as nossas fotos e nossas cartas, mas não posso evitar que minhas memórias apareçam em minha cabeça num momento de fraqueza. Não posso evitar que seu rosto apático apareça em minha mente quando eu o desejo por perto. Não posso evitar o passado, o nosso passado. Lembra que tinha tudo para ser perfeito? E de repente acabou. Sem motivos, sem explicações e sem um último beijo. Sem um adeus para que eu me lembrasse de você pela última vez. Quando percebi, estava sentada neste mesmo lugar e você ainda não tinha chegado. E até hoje tenho esperanças que você volte e me abrace bem forte, tire os meus pés do chão e me faça tocar as estrelas.
Confesso que guardo todas as cartas que você me mandou. Aquelas que diziam do seu dia e de que você sentia minha falta. E aquela carta que você dizia que me amava está no meu bolso e a carrego sempre. É como se carregasse você e seu sentimento sempre comigo. Até parece tolo, mas este pedaço de papel me faz sentir segura e protegida. Mas você já está tão longe agora e faz com que este papel seja apenas um papel com palavras aleatórias com algum sentido pro meu coração. Você ainda é importante para mim.
Três cartas eu não te mandei. Uma delas era uma resposta à esta que disse que me amava. Eu menti nesta carta, dizendo que não sentia nada. Mas logo a coloquei no fundo da gaveta e escrevi outra dizendo que te amava muito também. E quando ia saindo para enviá-la pelo correio, você estava na porta sorrindo. E eu escondi a carta, mas você a pegou dizendo que não a leria e não importava o que eu sentia, eu era tudo pra você. E você me pegou nos braços e me girou até ficar tonta. Eu amava e pedia para me levantar de novo, mas nós começávamos a rir porque estávamos descontrolados e sempre caíamos.
A segunda foi quando você viajou. Ficaria duas semanas fora e não receberia minhas cartas. Mas eu apenas a escreveria porque me sentia bem transformando meus sentimentos em palavras grafadas na minha mais legível letra cursiva. Eu dizia da minha saudade e do tanto que minha vida estava sem graça sem você. E estava mesmo, afinal você sempre foi a minha razão de viver.
A terceira é esta, que não tenho coragem de mandar. Que provavelmente será guardada na sua gaveta e ficará lá, para sempre. Nós éramos tão felizes, eu te amo tanto ainda. O sol está se pondo mais uma vez e ainda espero que volte. A rosa branca que me dera está murchando, mas a aperto forte contra mim. Por que me dera justo uma flor? Elas morrem tão rápido. Este amor que tenho por você nunca morrerá. Você disse que nosso amor iria se eternizar. E agora que você partiu para sempre, sinto que isso sempre foi verdade.

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