domingo, 28 de agosto de 2016

Este sou eu...


Sou o que olha no horizonte e procura ver algo a mais... 
Aquele que sobe no muro porque sabe que do outro lado tem uma realidade diferente... 
Sou o que abre a janela para que entre o Sol...
Mas também aquele que deixa esta janela aberta durante a noite para olhar as estrelas...
Um apaixonado pela Lua, sou o que pretende capturá-la para vê-la mais de perto... 
Ao deitar na cama, sou o que sofre com os pensamentos soltos...
Mas também sou aquele que substitui os pensamentos pelos sonhos de uma noite calma...
Aquele que acorda agradecendo por uma vida cheia de grandes realizações...
Mas também sou aquele que chora porque já perdeu alguém que amava muito... 
Sou o que sente falta de alguns momentos inesquecíveis, com pessoas inesquecíveis, em lugares inesquecíveis... 
Sou aquele caminhante errante, que se perde, que se cansa, que volta e recomeça, mas que nunca desiste...
Alguém que já foi muito decepcionado, mas que também já decepcionou... 
Sou o que sorri para às pessoas, mesmo não estando em um dia bom... 
Aquele que ainda fica indignado com as injustiças, mas que também procura fazer o bem para ajudar os que precisam... 
Sou o que pergunta, muito mais do que responde... 
Aquele que ama, que sonha, que existe e vive, e convive, e ama um pouco mais, e depois mais um pouquinho...
Este sou eu...

Um silêncio que "grita"....


O que me perturba não é o barulho, mas o silêncio. 
O silêncio de alguém que já não converso mais. 
O silêncio dos dias que foram passando depressa. 
O silêncio da música que lembrava um momento. 
O silêncio do riso e do choro. 
O silêncio do "bom dia", do "boa noite", do "como está você?" 
Um paradoxo, mas este silêncio é ensurdecedor. 
É um silêncio que atinge a alma. 
Que me deixa a inventar respostas apressadas. 
É um silêncio que maltrata, que penaliza, que antecipa. 
Um silêncio que me rouba as palavras. 
Um silêncio que "grita", mesmo sem dizer uma só palavra! 

Ego...



"Os tempos são outros. Os erros, os mesmos." 
– Outros tempos, Engenheiros do Hawaii
Se a vida me ensinou algo, esse algo é o equilíbrio para entender que poucos o encontrarão. A confusão emocional da sua própria alma ofusca quem você é – o que duvido muito que você saiba. É de se esperar. Como muito digo, ninguém consegue ser feliz o tempo todo. Por isso tanto desconfio de ti: quem muito transparece uma alegria constante, na verdade, é fraco de espírito. Você não consegue lidar com seus problemas. Do que te completa, se não restos, vejo um vazio de quem você pensa ser. Posso te contar um segredo? Você não é nada. Engraçado dizer, mas se você tanto acha ser querida por todos, o mundo vai te mostrar o contrário.
Sabe o que é?
Quem encontra o equilíbrio consegue identificar de longe quem se perdeu na instabilidade.
Nessa junção de tantas forças, falo do ego. Sua futilidade te devora como quem bebe água. Desce fácil, vai fácil, logo já foi absorvida. É digno de pena quando alguém se conforma com a superficialidade, com o sentimento de que as coisas do mundo são satisfatórias. Se ninguém nunca te disse, eu estou aqui para dizer: seu status quo não te leva a lugar algum, a menos que você pense em chegar na sua própria perdição. É um beco sem saída e, mesmo avistando o final dele – entenda, é uma via iluminada –, você insiste em se encurralar nele. Você prefere sustentar seu ego a investir na sua personalidade, que, convenhamos, é de causar asco. Larga de ser essa pessoa tão estúpida e aprenda: você não vai conseguir o que tenho. Você está muito longe das minhas conquistas que, diferente de você, consegui com as minhas próprias mãos. Não precisei mentir.
Muito menos passar por cima de ninguém.
E o que eu espero?  Sua decadência, de onde você acha que saiu. Ilusão sua. Bem, o que espero já está por vir. O melhor de tudo: não preciso me esforçar para que aconteça. Você procurou. Você quis. Você achou. Se você se sente uma princesa que encontrou o príncipe encantado, deixo-me deliciar com a boa piada. Que eu saiba, o seu castelo é tão frágil quanto a sua tentativa de me destruir. Ao contrário de você, eu sei bem o que pretendo ser. Sua aparência apenas engana. Distrai. Seu sonho, tão grande assim, não vai ultrapassar esse limite –da utopia– enquanto sua mentalidade for rabiscar simulados com um conto de fadas, ou melhor, de sapos que jamais se tornarão belos e grandiosos. Mas é isso que eu espero de você, a autodestruição. Só um aviso: a cada vez que você persistir em ser o que sou, você vai se afundar na sua própria futilidade de acreditar que tudo isso é uma vingança bem paga. Quanta infantilidade. Essa é sua derrota. Próprio fim. Autofracasso. Chame como quiser, já está traçado. Mas não se lamente. 

Lágrimas e sorrisos...


Está chegando ao fim.
Você sabe o quanto eu odeio dizer adeus. Não quero te ter distante, preciso de você ao meu lado sempre. Sem te ter aqui, eu deixo mais um pedaço de mim partir. Eu sei que você precisa de mim do mesmo modo que eu preciso de você, mas você apenas finge que não sente isso. Quando olho no fundo dos teus olhos, encontro as verdades que me esconde constantemente. Eu sei o quanto é inevitável, mas se você me abraçasse mais forte e sussurrasse que ficaria tudo bem, eu acreditaria. Foi tudo tão surreal, tão nosso, tão nós. Não deveria ter um fim, não deste jeito. Mal começamos, este não deve ser o nosso fim. Muito pelo contrário, espero que esse seja o nosso novo começo. Eu não devo ficar triste, eu deixo escapar um sorriso entre as lágrimas. Eu não quero que acabe, que as coisas mudem. Mas se isso acontecer, como vai se lembrar de mim? Eu espero que na sua mente venha boas lembranças, de todos os abraços e confiança. Que escape dos seus lábios um sorriso entre as lágrimas que sempre limpei. Vamos fingir que nada mudou, seremos eternamente os errantes, palhaços, melhores. Me surpreenda, eu preciso disso. De você, do que foi nosso, do que foi nós. Se acabar, um dia a gente se esbarra por aí e dá umas risadas, pra começar tudo de novo. Não me faça dizer adeus, isso me machuca tanto. Sabe de uma coisa? Não, você não sabe. Eu te amo muito. Por mais que eu sempre abaixe meus olhos para que você não veja isso, saiba que eu sempre te amei. Todo o tempo eu tentava te dizer isso. Talvez já sabia, mas é por isso que não deve partir. Eu preciso de uma palavra, de um abraço, de alguém que me entenda. Faz isso por mim? Diz que sim, já fiz tanto por você. Sussurre que vai ficar tudo bem e me impeça de dizer adeus. E então você me abraça e me faz acreditar que vai ser pra sempre. Mas você sabe que não vai, você só não quer me machucar. Só você consegue me deixar assim, com lágrimas no rosto e um sorriso nos lábios. Não, eu não choro porque estou triste. Eu choro porque eu te amo, e me ver sem você é como deixar um pedaço de mim partir.

Nada a dizer...


Você disse que iria voltar. E eu acreditei.
Você disse para eu te esquecer, como se fosse possível. Você disse para eu ser feliz sem você. Eu juro que eu tento, mas é tão difícil. Corre um arrepio sempre que lembro de você apertando minhas bochechas dizendo "Pudim!" ou quando você se revoltou porque tinha esquecido seus jogos aqui. Juro que nunca tinha rido tanto numa conversa de msn. Se pensar bem, o fato de que tinha pegado os jogos errados não é tão engraçado. Mas eu estava conversando com você e só isso já me fazia rir a toa... 
Aquela foi a nossa primeira conversa de verdade. E também a última.
Só que naquele dia você virou e foi embora. Para sempre.
Te vi mais uma vez, ou talvez duas. Nós comemos Bob's, lembra? Até falei do seu cabelo, você tinha cortado. E depois o vi pela última vez, e não te perdi de vista até não ser mais possível te ver no horizonte.
Sinto falta disso, até do adeus. Porque três segundos antes, nos abraçamos. Senti seu perfume pela última vez e seus braços apertaram forte contra seu peito. Foram só cinco segundos? Mas a Terra parou...
Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê- lo... Como eu o perdi, como eu te perdi. Para sempre.
Ah, se eu pudesse, deixaria a Terra parada por toda a eternidade enquanto estivesse em torno de seus braços.

Eu, Você e três cartas...



E o sol se punha mais uma vez. E mais uma vez, estava sozinha.
Não há como evitar minhas lembranças. Posso evitar todas as nossas fotos e nossas cartas, mas não posso evitar que minhas memórias apareçam em minha cabeça num momento de fraqueza. Não posso evitar que seu rosto apático apareça em minha mente quando eu o desejo por perto. Não posso evitar o passado, o nosso passado. Lembra que tinha tudo para ser perfeito? E de repente acabou. Sem motivos, sem explicações e sem um último beijo. Sem um adeus para que eu me lembrasse de você pela última vez. Quando percebi, estava sentada neste mesmo lugar e você ainda não tinha chegado. E até hoje tenho esperanças que você volte e me abrace bem forte, tire os meus pés do chão e me faça tocar as estrelas.
Confesso que guardo todas as cartas que você me mandou. Aquelas que diziam do seu dia e de que você sentia minha falta. E aquela carta que você dizia que me amava está no meu bolso e a carrego sempre. É como se carregasse você e seu sentimento sempre comigo. Até parece tolo, mas este pedaço de papel me faz sentir segura e protegida. Mas você já está tão longe agora e faz com que este papel seja apenas um papel com palavras aleatórias com algum sentido pro meu coração. Você ainda é importante para mim.
Três cartas eu não te mandei. Uma delas era uma resposta à esta que disse que me amava. Eu menti nesta carta, dizendo que não sentia nada. Mas logo a coloquei no fundo da gaveta e escrevi outra dizendo que te amava muito também. E quando ia saindo para enviá-la pelo correio, você estava na porta sorrindo. E eu escondi a carta, mas você a pegou dizendo que não a leria e não importava o que eu sentia, eu era tudo pra você. E você me pegou nos braços e me girou até ficar tonta. Eu amava e pedia para me levantar de novo, mas nós começávamos a rir porque estávamos descontrolados e sempre caíamos.
A segunda foi quando você viajou. Ficaria duas semanas fora e não receberia minhas cartas. Mas eu apenas a escreveria porque me sentia bem transformando meus sentimentos em palavras grafadas na minha mais legível letra cursiva. Eu dizia da minha saudade e do tanto que minha vida estava sem graça sem você. E estava mesmo, afinal você sempre foi a minha razão de viver.
A terceira é esta, que não tenho coragem de mandar. Que provavelmente será guardada na sua gaveta e ficará lá, para sempre. Nós éramos tão felizes, eu te amo tanto ainda. O sol está se pondo mais uma vez e ainda espero que volte. A rosa branca que me dera está murchando, mas a aperto forte contra mim. Por que me dera justo uma flor? Elas morrem tão rápido. Este amor que tenho por você nunca morrerá. Você disse que nosso amor iria se eternizar. E agora que você partiu para sempre, sinto que isso sempre foi verdade.

Não é ciúmes...


Eu nunca percebi. Eu nunca percebi essa distância, até porque um dia ela não existiu. Então de repente ela está aqui, entre eu e você. Por que eu sinto sua falta? Sendo que você está ao meu lado sempre? É uma saudade meio estranha, que talvez você não seja capaz de entender depois de tanto tempo. Mas não se preocupe, isso não é bem um problema – algumas coisas só existem na minha imaginação, e você sabe o quanto sou difícil de decifrar. Mas e se isso não for só fruto da minha imaginação? Você também sente o mesmo? Por favor, eu preciso saber. Você é um estranho pra mim, e por mais que seja difícil admitir, já não consigo mais te entender no silêncio. Não consigo entender seus gestos, seu jeito. Você não é mais o meu garoto, e por ser esse estranho vazio no meu coração, eu preciso de você como era antes. Eu preciso saber o que você pensa – e sente. Por mais que diga que eu não deva me prender ao passado, você me mostrou que nele eu era mais feliz.
Tuas poucas palavras machucam, teus poucos gestos me faltam. Por que você me evita? E não estou falando de evitar meus sentimentos. Mas você parece tão distante. Sendo que há pouco tempo éramos um só. Inseparáveis. Por muito tempo você me fez feliz, garoto. Me mostrou que o amor pode estar bem mais perto, não necessariamente à mil quilômetros daqui. E por estar tão perto, e por permitir te amar tanto e tão rápido, eu te conheci. Amei teus defeitos. Amei teus erros e fiz partes deles. E você sorria, me encantava com seu jeito de pegador fofo. Você tinha suas vítimas e eu te ajudava com as armadilhas. Até me ver presa na sua armadilha, sendo sua maior vítima, encantada com seu sorriso e seu jeito de falar meu nome. 
E eu nunca percebi.
Nunca entendi como esse amor foi acabando. Sumindo, desaparecendo. Você me fez sofrer, garoto. E admito, ainda faz. Aí eu fico te evitando, só pra ver se dói menos. Só pra sentir meu coração um pouco melhor a cada vez que te vejo com outra. Cansei de ficar tentando correr atrás de quem quer todas. Eu não sou só uma, eu já fui sua por completo. E por você saber disso, fica aí me testando até onde consigo suportar. Até onde meu coração não falta. Eu só peço que por favor pare. Talvez amanhã eu já não consiga mais ter você ao meu lado, porque sei o quanto doi tua ausência. Teu silêncio, tua ignorância. Você acha que eu não percebo? Quando você finge não se importar comigo? Tu sabe o que eu sinto, e pior, por quem eu sinto. 
É por isso que hoje você é um estranho pra mim, por me fazer sofrer. Por me provocar, pra ver até onde sou sua. Por que você fica tentando me fazer ciúmes? Só por que sabe que funciona? Que machuca? O pior não é você, sou eu. Porque eu continuo aqui depois de tudo, com essa esperança ingênua do amanhã. Agora, garoto, se um dia não me ver por aí, sentir minha falta quando olhar pro lado, talvez eu esteja mais perto do que você imagina. Talvez eu não te avise, talvez eu não diga adeus. Você fez isso comigo, se lembra? Não que seja uma vingança, mas quero que sinta tudo que eu senti. Que de uma hora pra outra, sinta uma distância entre nós. Uma distância que criara com suas próprias mãos, porque você sabe que se dependesse de mim, tu ainda estaria aqui do meu lado. 
Então me substitua por uma garota qualquer, se um dia sentir falta da sua garotinha ingênua, não procure por mim. Não tente entender porque estou diferente, mas algumas coisas simplesmente desaparecem com o tempo. Não ache que eu te odeio, até porque sou incapaz de sentir isso por você. Talvez eu não te ame mais, mas por você ainda conseguir me fazer chorar, acho que ainda sinto sua falta. Meu medo de te perder sempre fez com que brincasse com meus sentimentos. Nos perdemos por aí e talvez nunca mais sejamos os mesmos. Não sei se eu voltaria para os seus braços se você quisesse. Mas hoje eu voltaria, porque eu preciso do seu abraço. Se você me perdeu? Eu sinto sua falta, mesmo estando tão perto. 
Eu só queria que entendesse que testar até onde suporto não vai funcionar. Eu nunca entendi porque ainda escrevo. Talvez seja porque eu ainda te amo, e enquanto esse amor existir, eu vou continuar escrevendo. Não porque eu acho que um dia você vai ler tudo isso, mas porque eu tenho esperanças de que você perceba que todo esse tempo que me mantive em silêncio, nas espreitas da dúvida, eu sempre tive a certeza que te amo. E que eu sempre te amei. 

Lago das mágoas....


Se eu não voltei para seus braços que tanto amei, eu tive motivos. 
Motivos maiores que meu amor por você. Meu amor por mim.
Se dizem se um dia a gente cresce, nem que seja pelo mal, é porque felizmente ou não, chega a hora que os sonhos, por mais que existam, já se parecem com a realidade. A verdade é que todas aquelas ilusões um dia alimentadas já não convencem mais. De tantos e tantos tapas na cara dados ao longo desses dezenove anos, talvez eu nem acredite mais em finais felizes. Ou sei lá, nesses romances de músicas de rádio. Simplesmente não acredito. Por mais que eu amasse seu cabelo e suas mãos, eu sabia que você estava longe de ser um príncipe. Às vezes te via como o sapo, mas eu te amava assim mesmo: com todos os defeitos, mesmo que às vezes me fizesse gostar menos de você. 
De todos os contos de fadas, a realidade ainda era minha favorita.
Eu gostava de você e você de mim. Quando o mundo gritava para nós que jamais daríamos certo no futuro, você tampava meus ouvidos e me desconcentrava com seus lábios. Sussurrava só para minha alma ouvir, que eu era a garota perfeita para você. Que apesar de tantas críticas, nada te tiraria do meu lado. Eu te amava tanto que até brigar era melhor do que te ter distante de mim. Porque você estaria ao meu lado, dizendo todos os meus defeitos por impulso, e eu jogaria as verdades presas à garganta por tanto tempo. No fim, você ria e me abraçava, e tudo já não parecia mais importar. 
E dessa realidade que eu tanto amava viver do teu lado, você me mostrou que amar é sinônimo de sofrer.
Anos que se passaram, você continuou do meu lado, mas já não éramos mais os mesmos. Tudo que eu sentia, já parecia mais uma obrigação. Eu continuava ali, porque já não me imaginava os dias sem você, por mais que eu desejasse uma liberdade que tinha perdido há tanto tempo por nós dois. Comecei a me sentir fatigada e cansada de tudo, principalmente de você. Chorava por qualquer coisa, porque para mim já não fazia mais sentido. Talvez eu ainda te amasse, mas eu já não me reconhecia. Quando me olhava no espelho não sabia quem estava vendo. Se era eu ou se não tinha ninguém ali no reflexo do espelho. Você já preferia a cerveja do que passar a noite vendo tv comigo. Eu nem era mais importante assim, mesmo que também sentisse o mesmo. Se fosse para jogar tudo pro alto, um de nós já teria feito, mas por quê continuávamos ali, se já não existia mais sentimento, tampouco amor?
Eu nunca entendi.
Comecei a lembrar de nós dois antes. De quando nos conhecemos pela ironia do destino. Te olhei como quem não queria nada, me perguntando se você também tinha um nome na mente enquanto via o sol esconder-se atrás do lago das gôndolas daquele parque. Se você também sentia saudade de alguém e pensava como seria você e esse alguém nos pedalinhos como um casal apaixonado no crepúsculo de uma tarde de sexta. Imaginei porquê estaria sob aquela árvore não tão robusta, em que pétalas laranjas eram levadas pelo vento e outras caíam no seu rosto. Imaginei se aquela árvore te trazia até ali por algum momento especial, como a que eu estava a te observar. Pensei porquê as tulipas te agradavam mais do que os lisiantos da minha árvore preferida na beira do lago.
Até que um dia enquanto eu chorava ao ver o sol se por, você veio até mim e sentou do meu lado. Passou os dedos no meu rosto úmido e sorriu, como se nos conhecêssemos há muito tempo. Pegou na minha mão, com um olhar apreensivo e disse antes de se levantar e voltar para a sua árvore:
Às vezes conseguimos chorar por tudo, exceto por lágrimas. Mas quando as palavras não são ditas, elas sempre estão no seu rosto. Por isso você está aqui, porque longe de tudo que te faz sofrer, é mais fácil sentir o que você não quer que saibam que sente. Ainda dói, mas quando passar, sorria e volte para os seus lisiantos lilás. Não limpe essas lágrimas, deixe-as aí. Quando se sentir forte, só as tire do seu rosto se elas já não estiverem no seu coração.

Você se foi, mas suas palavras me ficaram comigo. Logo você estava na minha vida, sabendo do motivo das minhas lágrimas. Te contei de que tinha amado um garoto por muitos anos até que um dia, depois que ele prometeu ficar comigo para sempre por amor, morreu num acidente de carro. E aquela árvore dos lisiantos lilás era minha preferida porque minha última lembrança dele era um buquê de lisiantos que me dera antes de viajar. E eu ficava ali a observar os pedalinhos e gôndolas, imaginando como seria nossa primeira tarde juntos. E toda a minha ingenuidade me fazia ficar ali, achando que um dia ele voltaria.
Achando que uma hora ele apareceria como se nada tivesse acontecido.
Mas eu tive sorte, você foi o anjo que apareceu na minha vida, para mostrar que um amor nunca morre, mas outros trazem tulipas e fazem delas um motivo de sorrir. Você me levou aos pedalinhos, e andamos de gôndola. Eu sentia que em você eu poderia acreditar em novos sentimentos. Não demorou muito e nos víamos fazendo planos para o futuro. Planos que duraram anos, mas um dia eu já não me via neles. Foi acabando, acabando, até que um dia as tulipas não tinham o mesmo cheiro de amor para mim. Os lisiantos cheiraram forte e todas as tardes que você me deixava sozinha, eu ia até elas, para esperar que as lágrimas viessem a tona e o passado voltasse para minha mente, numa lembrança contínua do que já não existia mais. Comecei a sentir falta daquele garoto que apesar de não ser o único, foi o meu primeiro amor. Pensava em como seria se ele não tivesse ido para sempre.
Nada mais fazia sentido para mim.
Numa das nossas brigas, na verdade a última, quando você disse que já não aguentava mais toda a minha fragilidade e que recentemente eu estava sensível demais. O erro foi que você não me perguntou porquê eu estava assim e sequer tentou me ajudar. Nem passou pela sua cabeça que você também tinha culpa de tudo aquilo. Para você, tudo não passava de mais uma das minhas crises e drama excessivo. Você achava que era carência enquanto eu via como falta de amor. Éramos dois desconhecidos dentro de uma mesma casa. Tentava me apoiar nas palavras que me dissera na primeira vez que conversamos, tentando acreditar que ainda dávamos certo.
Mas já era inevitável o nosso fim. Talvez eu deveria ter escutado tudo o que o mundo gritou para nós e nunca ter deixado você tampar meus ouvidos. Era ilusão. Nós jamais daríamos certo, mesmo sendo tão opostos e num quebra cabeça que só se completa com peças diferentes. Por mais que dentre as flores eu tivesse te conhecido, aquele nunca foi o seu lugar. Naquele dia que brigamos, com uma tulipa nas mãos lhe perguntei por quê aquele cheiro não me lembrava mais você. Essa pergunta simplesmente te fez estourar. Num ataque efêmero de cólera, você disse já não suportava mais todas essas minhas manias. Mania de ver amor em qualquer lugar, a ponto de uma flor fazer alguma diferença. Era uma flor que logo morreria, e esse era o ciclo.
Eu só te disse que como uma flor que morre, nosso amor também não existia mais. Que se eu tinha te amado, era porquê você me fez acreditar que o cheiro de tulipas era muito melhor que dos lisiantos. Que se eu tinha te amado, foi porque você me fez acreditar que o seu amor valia mais do que sofrer por alguém que jamais voltaria.
Então você disse que como as flores, eu já não tinha a menor importância. 
Eu tentei sorrir e parecer forte, fingindo que te ver dizendo tudo aquilo não doeria em mim, mesmo que soubesse que um dia aconteceria. Eu só não esperava que fosse desse jeito. Eu já sentia uma parte faltar antes mesmo de você passar por aquela porta. Você pegou suas malas e foi, sem perguntar se eu ficaria bem. Deixei você ir, e esperei que um pouco daquela mágoa cessasse a ponto de que eu tivesse alguma força sobre minha pernas para me erguer do chão. Não precisava te seguir, porque eu sabia exatamente onde você iria. Não por intuição, mas por amor. Sempre que algo te incomodava, as árvores do lago te reconfortavam. Peguei as minhas chaves e saí, mesmo que sem forças e com as lágrimas incessantes nos olhos, embaçando minha visão.
Escurecia, e o por do sol vinha mais uma vez, devagarzinho, pintando o céu de cores tristes que de alguma forma, combinava com tudo que eu estava sentindo. Abracei meu corpo e caminhei. Em plena primavera eu sentia o corpo estremecer e o arrepio subir-me a espinha. Eu sentia frio, mas era minha alma que congelava. Procurei as flores. Procurei as rosas, as margaridas, as flores de laranjeira. Não te vi em lugar algum. Temi, mas procurei as tulipas.
Mas você não estava lá.
Na beira do lago, casais passeando, ao fundo o soar leve de Mozart da fonte. Um nó se formava na minha garganta, enquanto pensava que você não estivesse ali, porque sabia que eu iria atrás de você, até suas flores preferidas. Sentei sob a minha árvore, deixando que tudo aquilo que me sufocava viesse à tona. Esperei por muito tempo, procurando em cada rosto o que faltava no meu. Nas tulipas um casal. Mas eu reconhecia seu cabelo de longe, e eu sabia que flores já não tinham mais importância.
Assim como eu.
Me senti perdida, mas eu sabia que eu não tinha culpa. Eu poderia te esperar, porque sabia que um dia chegaria. A lua refletia no lago, iluminando os rostos dos casais que por si só já possuíam um brilho inquestionável. No meu rosto o único brilho era o das lágrimas. Eu sabia que você estava ali, só não sabia onde. Deveria te procurar, mas meu corpo estava pesado demais. Foi quando encontrei um sorriso. 
Era você. Só que dessa vez seu sorriso não era para mim.
Na gôndola, dois lábios se tocavam e se deliciavam. Nos seus olhos, o brilho evidente de que eu já não fazia mais falta. Você estava acompanhado de alguém que te fazia feliz. Se não fazia, era quase isso. Doeu, mas eu precisava ver. Tentei reconhecer o rosto daquela mulher, mas ela não passava de uma estranha para mim. Era difícil para mim admitir que você tinha me deixado por outra. Que você tinha conhecido alguém melhor do que eu para chamar de amor. Das lágrimas que por impulso saíam, tentei parecer forte. Só não pude evitar que a fraqueza tomasse-me o corpo, quando daquela mulher que não reconheci, vi o que ele havia lhe dado.
Neles, o amor. Nos lábios dele, um sorriso. Nas mãos dela, um buquê de flores.
De lisiantos lilás.

Os 5 benefícios da caminhada.....


Caminhar é o exercício mais democrático que existe. Não têm contraindicações, é barato, pode ser feito em qualquer lugar, ajuda a perder peso e é o ponta pé para sair de uma vida sedentária. 30 minutinhos por dia e você já vai sentir a diferença! É só coisa boa, te ajuda física e mentalmente!
Mas ó, para caminhar você precisa saber de algumas coisinhas para não se machucar. Para começar, lembre-se de comer algo antes do exercício, como uma fatia de pão de cereais e um suco de fruta. E é importante sempre se alongar! O alongamento ativa a circulação e previne as cãibras – alongue antes e depois.
Não pense que é só sair andando por aí de qualquer jeito. Como todo exercício, a caminhada exige cuidados! Para evitar lesões e para que a andada tenha um maior efeito, o ideal é que você dê um passo médio, nem muito curto, nem longo. O seu calcanhar deve ser o primeiro a tocar o solo e, depois, vem a planta do pé. E preste atenção no abdômen! Ele deve ficar o tempo todo contraído para manter a coluna retinha. Os braços devem ficar semiflexionados paralelos ao corpo, e se movendo de forma natural e contínua. E o queixo tem que estar levantado, não vendo o chão. Se o seu foco é perder peso, andar rápido, contrair os músculos da barriga de forma a manter uma postura correta e balançar os braços vigorosamente são algumas dicas que vão ajudar. Se for feita diariamente, dá para queimar até 400 calorias por hora e perder aproximadamente 2,5 cm de barriga por mês!
Fique de olho na sua respiração: respire normalmente, inspirando pelo nariz e soltando o ar pela boca. Jamais fique segundos sem respirar para não dificultar a oxigenação do seu corpo e provocar problemas mais sérios. Ah, e conversar durante a prática facilita aquela dor no baço (ninguém merece!)!
Viu só?! E isso não foi nem o começo. Veja aqui cinco dos mais importantes benefícios que essa prática traz:
1. Melhora a circulação
Caminhar durante uns 40 minutos é capaz de reduzir a pressão arterial durante 24 horas após o término do exercício. Ou seja, mesmo depois de terminar seu corpo continua trabalhando! Isso acontece porque durante a prática o fluxo de sangue aumenta, fazendo os vasos sanguíneos aumentarem de tamanho, diminuindo a pressão e ajudando na proteção contra derrames e infartos. Andar faz a oxigenação do sangue ser muito mais poderosa!
2. Deixa o pulmão melhor
O pulmão é super beneficiado, já que as trocas gasosas passam a ser mais poderosas quando caminhamos com frequência. Isso faz com que uma quantidade maior de impurezas saia do pulmão, deixando-o mais livre de catarros e poeiras. Também pode ajudar a dilatar os brônquios e prevenir algumas inflamações, como bronquite. Olha que maravilha, sem remédios!
3. Sai prá lá, depressão!
Quando caminhamos, nosso corpo libera uma quantidade maior de endorfina, aquele hormônio que amamos, já que ele é responsável pela sensação de alegria e relaxamento. Quanto mais exercícios, mais endorfina! Ou seja, mais felicidade! 
4. Dormindo como um anjo
A caminhada durante o dia faz com que o nosso corpo tenha um pico na produção de substâncias estimulantes, como a adrenalina. Ela deixa o corpo mais disposto durante horas depois do exercício. Somado a isso, a caminhada melhora a qualidade do sono de noite. Chega de insônia e noites mal dormidas!
5. Mantém o peso em equilíbrio e emagrece
Esse talvez seja o benefício mais famoso – e mais buscado – da caminhada. E mesmo horas depois do exercício, a pessoa continua a emagrecer devido à aceleração do metabolismo causada pelo aumento na circulação, respiração e atividade muscular. Bora andar!
Então, miga… parece que não precisamos falar mais nada para te convencer de que andar é tudo de bom, né? Quando você vai começar?

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Brevidade....


Não adianta querer conhecer a luz se você não sabe distinguir-la das trevas. Ilusões podem confundir sua realidade, caso não haja discernimento interior. Ninguém pisa no reino das sombras sem haver acendido uma luz em si para iluminar o caminho. Mas como querer encontrar a luz em si, se há medo de olhar para a própria escuridão e descobrir o que se esconde nela?

O espírito que olha para fora, perde o que acontece dentro. "Quem olha para dentro, acorda". Desperta-se de um sonho para mergulhar nas entranhas do ser e destrinchar o seu inconsciente, revelando cuidadosamente os tesouros que ali, residem. O movimento exige coragem para despir-nos da imagem que criamos em torno de nós e de tudo àquilo que acreditamos fazer parte da casca que representam o que de fato, não somos. Não somos apenas a superfície do mar, mas também sua profundidade. Não somos apenas a escuridão da noite, mas somos também o raiar do dia.

No caminho da glória e da perdição, do inferno ao paraíso, no meio da loucura e da sanidade, caminharemos em passos firmes e dispersos e, sentiremos o veneno do ódio e o júbilo do amor. 

Nas dualidades que se confrontam, o espírito guardará o silêncio que o perturba e desta paz, ilusória, manterá a promessa da temida eternidade e a recusa de aceitar um paraíso ocioso. 

Em vez de dizermos: "para sempre", nos reservemos a dizer: "até que a morte nos separe". 

Deste sopro efêmero, chamado morte, nos lembraremos de marcarmos nas memórias do tempo àquilo que sobreviverá à sua ação devoradora e nos permitirá sermos imortais enquanto que nossa pútrida carne retorne a ser a terra que nossos filhos pisarão.  

Individuos...


Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É saber falar de si mesmo. É não ter medo dos próprios sentimentos” 

Gesto de carinho...


Queria dizer nestas linhas o quão importante é um gesto de carinho. 
Muitos não percebem que um simples alisar nos cabelos, um sorriso sincero, um afago nas mãos pode transformar uma vida. 
Há pessoas vazias interiormente. Não sabem o que fazer com a sua solidão. 
Quando alguém se lhe aproxima, conversa, a escuta, lhe dá atenção, sente-se confortada e feliz. 
Mas por que não paramos um pouco para escutar o nosso irmão e trocar com ele algumas palavras? Somos sós, também, de alguma forma. 
Enclausuramo-nos em nosso mundo interior e esquecemos de nos comunicar com o mundo interior do outro para provocar a harmonia tão necessária aos corações humanos.

Quando alguém desperta para sua realidade interior e percebe que não pode ficar só em seus pensamentos, mas necessita compartilhá-los com outro alguém, busca incessantemente aquilo que outros querem chamar de sua alma gêmea. 
Seria uma pessoa que lhe entendesse os anseios, que compartilhasse de seus medos, que procurasse lhe ajudar diante das tempestades da vida. 
São pessoas ansiosas de carinho e de gestos de amor. Procuram incessantemente por alguém perfeito, mas, maioria das vezes, não encontra. 
Só continua e só não quer ficar. O receio de compartilhar com alguém errado a faz também se retrair. Não quer “quebrar a cara” e passar por uma desilusão. Este receio a faz ainda mais só.

Os homens são bichos espontaneamente carinhosos. Vejam os outros bichos. 
Brincam e se deleitam em carinhar uns aos outros. 
Este compartilhamento é necessário, sobretudo nos dias de hoje em que “feras” de pensamento se digladiam com outras “feras” que não querem deixar-se mostrar como verdadeiramente são. 
Somos, no fundo, bichos extremamente carentes de carinho.

Quem não gosta de afagos de carinho sem nenhuma compensação de troca?

Quem não se sente melhor e amado quando um gesto de ternura é feito para si?

Um abraço afetuoso vale mais do que milhares de palavras. Somos carentes por natureza e por uma razão muito simples: gostamos uns dos outros. 
Completamos a nossa odisséia terrestre pelo inter-relacionamento que praticamos. Por isso, a necessidade de valorizar-se, cada vez mais, os sentimentos.

Há quem diga que os homens não possuem sentimentos. 
Pura balela. Têm sim e em demasia até. 
Acontece que neste mundo tumultuoso que vivemos esquecemos de demonstrar estes sentimentos. Cobrimo-nos numa capa de aparente insensibilidade porque não queremos que alguém arme contra a gente e nos fira os sentimentos. 
As pessoas, hoje, fazem trocas calculadas. 
Um gesto que dão tem uma resposta que se espera e este preço muitos não querem pagar, e é lógico. Há outros, porém, que trocam gestos de carinho pelo simples prazer de também se sentirem “carinhadas”. 
É uma troca justa e natural. Não se deve temer a estes uma vez que cada ação tende a ter uma reação em troca de intensidade igual e, às vezes, até maior, quando são gestos de carinho.

Quem neste mundo não precisa de carinho? Você precisa e ressente-se por isso. 
Em casa, no trabalho, na escola, na rua, em todo lugar, é oportunidade inolvidável de se carinhar o próximo. 
É claro que os desconhecidos haverão de estranhar gestos espontâneos de carinho e confundirão com outros sentimentos menores.

Quem distribui carinho abundantemente é feliz porque faz feliz a outros também. 
Dar-se e recebe-se espontaneamente. Quem faz carinho é amado por todos. 
Quem faz carinho se destaca perante os outros pela natureza superior que transpira na sua presença. Quem faz carinho consegue dobrar as almas mais duras do sentimento. 
Quem faz carinho é um ser de Deus entre outras criaturas igualmente necessitadas de carinho.

Somos carinhosos por natureza já o dissemos e por que não se dilata em carinhos com seu irmão? 
O medo de não ser correspondido. Ah, esse medo feroz. Esse medo que amedronta e freia os nossos gestos mais instintivos. 
Quem dera o homem, descoberto em sua parte essencial, descerrasse a todos gestos freqüentes de carinho. 
No dia que isto acontecer, seremos homens e mulheres mais felizes e completos. 
Enquanto teimamos em esconder os nossos verdadeiros sentimentos haveremos de estar algemados e enjaulados de medos e receios infindáveis vendo no outro uma ameaça a nossa felicidade.

Amem-se como irmãos que somos e não esqueçam que um gesto natural de quem ama é fazer carinho das mais diversas formas ao seu objeto amado. 
E isso é absolutamente natural, uma necessidade até de expressar que se ama a outrem. Amem e o carinho virá por puro reflexo da alma.

Bem-aventurados os carinhosos porque serão destes, também, o reino dos Céus.

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